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TAP: não recomendo

Serviço rude, gastronomia pobre e desconforto na Classe Executiva

Em agosto de 2014, decidi gastar centenas de milhares de pontos que juntara em um dos meus cartões de crédito, para comprar uma passagem de Classe Executiva na TAP Portugal. Fiz um péssimo negócio. A sensação foi a de ter jogado no lixo minhas suadas milhas.

O serviço de classe premium da TAPl é o mais tosco que experimentei em muitos anos. Em alguns quesitos, chega mesmo a ser pior do que o da classe econômica de outras empresas. Não estou nem me referindo a outras cias de primeira linha: a TAP é ruim mesmo.

Cheguei cedo no aeroporto de Confins, para embarcar no voo entre Belo Horizonte e Lisboa. Apesar dos avisos anunciarem que os balcões da TAP deveriam estar aberto a mais de uma hora, não havia ninguém da empresa no saguão para dar qualquer tipo de informação aos passageiros.

Quando o check-in abriu, fui o primeiro a despachar as malas. Ninguém me informou que o aeroporto não oferecia nenhuma estrutura de sala vip, nem mesmo um mínimo de conforto na única sala de embarque internacional. Somente depois de passar pela segurança, descobri que a espera antes do embarque seria em um ambiente claustrofóbico, sujo, barulhento, sem qualquer estrutura. Na sala, apenas um boteco e uma banca de revistas e, é claro, nenhum funcionário da TAP.

Se a empresa não pode contar com a estrutura do aeroporto para oferecer um mínimo de conforto ao passageiros de Classe Executiva antes do voo, podia pelo menos avisar sobre as condições da sala de embarque. Quem sabe, oferecer um voucher para um refresco ou um lanche no restaurante do aeroporto. Nada! Embarquei cansado, suado e frustrado.

A bordo, fui recebido por uma tripulação que parecia odiar a presença dos sete únicos passageiros na Classe Executiva. Ninguém apareceu para pendurar nossos casacos: o meu viajou dobrado, no chão, na frente da minha cadeira.

Fui tratado com frieza. A comissária que me atendia, além de não trocar uma palavra sequer com ninguém na cabine, ousou dar uma bronca na minha mãe - uma senhora de 73 anos - que viajava comigo. Isto porque, minha mãe não estava com a bandeja aberta, esperando-a quando a dita comissária se aproximou para abrir a toalha de mesa para o jantar: "- não quer comer? Porque não está com a bandeja aberta?", bradou a grossa atendente TAP. Fiquei pasmo!

Eu estava na segunda fila de poltronas, com apenas uma pessoa na nossa frente. Mesmo assim, não pudemos escolher o prato principal que queria: mesmo com apenas sete passageiros na cabine, e apenas duas pessoas tendo escolhido seus pratos antes de mim, como poderiam as opções de refeição já se tornarem escassas? Eu concluo: serviço pobre!

Logo depois da decolagem, fui surpreendido pela péssima qualidade do sistema de entretenimento de bordo. Uma tela pequena, com baixa definição de imagem, fixa no encosto da cadeira à minha frente (longe), oferecia uma seleção de filmes vergonhosa: quatro canais com filmes e séries de TV reprisados até nos canais abertos de televisão. Desisti!
 

No meio da viagem de quase nove horas, bateu uma fome leve. Fui até a “cozinha de bordo" procurar pelo lanche, que em qualquer outra companhia aérea que viajei nos últimos anos - até mesmo em classe econômica - deveria estar servido. Barrinhas de cereais; frutas; mini-sandwiches "frescos", docinhos. Na TAP, não havia nada! Eles não tinham nada servido, nem para ser servido.

Pedi à comissária, alguma coisa para "beliscar". Contrariada, uma das duas de plantão, abriu um armário e tirou um pacotinho de bolachas água-e-sal do tipo que é distribuído em laboratórios de exames de sangue, para os pacientes que acordam em jejum. Ela me ofereceu dois pacotinhos retrucando que os estava tirando da refeição dos comissários. Um absurdo!

Decepcionado e cansado cheguei em Lisboa surpreso com a decadência da empresa portuguesa. Para esperar minha conexão até meu destino final, Estocolmo, procurei a Sala VIP TAP. Depois de muito andar, achei! Moderna, bonitinha e completamente lotada: infelizmente, a sala mal sinalizada (levamos 45 minutos para achar a entrada no aeroporto) não tem a menor condição de comportar o volume de passageiros da TAP, no maior hub global da empresa.

No voo para Estocolmo, a configuração do Airbus A 321, na Classe Executiva no qual viajei, era igual à da Classe Econômica. Não oferecia nenhum conforto extra. Cheguei à Suécia exausto.

Minha volta ao Brasil começou no Aeroporto de Gatwick, em Londres. No check-in fui novamente recebido por pessoas rudes, mal educadas, e posso dizer, mal intencionadas. A atendente se recusou a tirar as etiquetas antigas da minha bagagem: "tire as etiquetas e jogue na lata de lixo lá do outro lado do salão": bradou a mulher tratando-me como um colegial. Patético!

Depois ela me fez abrir e esvaziar minha única bagagem de mão: a pasta pesava 1,2kg a mais do que os 8kg permitidos (por pessoa) pelo aeroporto. Contente em me atender, enquanto eu carregava na mão meu laptop extraido da pasta, ela tentou cancelar a marcação de assentos que eu havia pre-selecionado.

Depois tive que praticamente brigar para que ela não me cobrasse excesso de bagagem. Ela insistia que cabia a mim provar que tínha eu direito a duas malas e não a uma peça, como ela queria me fazer pagar indevidamente. Como sou agente de viagens e jornalista de viagem a mais de 20 anos, conheço meus direitos. Pedi para chamar um supervisor que resolveu a situação.

Mais uma vez, embarquei em um voo TAP cansado e desgastado. Cada vez um pouco mais convencido de que tínha feito uma opção errada nos meus planos de voo para viagem.

No trecho final da viagem, de Lisboa até Belo Horizonte, o avião estava nos esperando em um portão remoto. Para chegar até lá, os funcionários insistiriam em "enlatar" todos os passageiros de um Airbus A330, dentro de um único ônibus. Uma tremenda falta de respeito.

A bordo, uma equipe mais simpática do que a do voo de ida nos esperava. Casacos foram pendurados; recebemos cumprimentos de bom dia e nos ofereceram jornais portugueses para ler. No entanto, mesmo com apenas oito passageiros na Classe Executiva, faltaram novamente opções de refeição; o entretenimento de bordo inútil decepcionou mais ainda: com a luz do dia entrando apenas por uma janela na cabine, ninguém podia ver nada nas telas.

No meio do voo um sandwich frio, embrulhado em plástico filme, recheado com manteiga e meia-fatia de queijo ou presunto me foi oferecido: não aceitei. Nem nos vôos da ponte-aérea, as empresas têm coragem de oferecer algo tão pouco apetitoso aos passageiros.  

Diante desta lista de absurdos, acredito ser redundante contar sobre a péssima qualidade da comida servida na Classe Executiva.

TAP Portugal: nunca mais!

Enviado por: Administrador
Data de publicação: 10/07/2016 - 04:37


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